Psicologia do Esporte: Minhas atuais impressões sobre a PE

domingo, setembro 17, 2006

Minhas atuais impressões sobre a PE

Durante o Congresso Psicologia Ciência e Profissão realizado em SP, pude observar como está a Psicologia do Esporte em São Paulo e, consequentemente no Brasil. É incrível como as pessoas acham que o que se passa em SP reflete o que se passa no Brasil. Nem posso dizer que elas estão erradas, porque lá se passam muito mais coisas do que em qualquer outra cidade/estado. Talvez só o Rio tenha característica próxima. Pude observar que a produção na área tem aumentado, o que é bom, mas quase nunca elas se adaptam à minha realidade local. Aqui poucas são as equipes que podem ou querem pagar por um psicólogo e nós ainda estamos na fase da divulgação. Gostei de ver muitos profissionais da área ligados à Psicanálise. As terapias do inconsciente têm a minha simpatia. Embora os psicanalistas sejam os sujeitos mais pensantes, têm a desvantagem de serem os mais sedentários, por isso lhes falta a tal da experiência "física", com poucas excecões. Só é possível saber o que nos falta quando o adquirimos, portanto quem não tem acha que não precisa. Como fui atleta, sei que a vivência nos traz conhecimentos impossíveis de serem adquiridos sem ela. É como trabalhar com crianças sem ter tido filhos, ou com casais sem ser casado. É nesse ponto que os educadores físicos se apegam para exaltar suas habilidades como "psicólogos" do esporte. Eles têm razão, é importante ter a experiência como praticante de atividade física e esportiva, mas... ainda há tempo, sigamos. O que eu não gostei, porém, foi a grande ênfase dada aos testes pelos psicólogos. Não sei se em SP é assim, mas quando um psicólogo sai da faculdade, ele utiliza muito os testes na sua prática. À medida que vai ganhando experiência, vai abandonando seu uso e substituindo pela entrevista. Isso é um dado de realidade. Com base nele, forma-se a creça de que os testes são usados por profissionais inexperientes. Não somente. Quando queremos uma resposta rápida, também, ou quando precisamos mostrar ao chefe que estamos trabalhando. A questão é que os testes são legalmente um instrumento de uso exclusivo dos psicólogos. Por ironia, são mais usados pelos educadores físicos, afinal nenhum psicólogo quer ficar com fama de inexperiente. Vi, porém, nossos colegas divulgando o seu uso para um público só de psicólogos, o que me fez ficar confusa. Qual o papel dos testes na disputa do mercado psicólogos x educadores físicos? Devemos incentivar o seu uso e facilitar o trabalho dos educadores físicos? Devemos usar a lei e brigar para impedir que outros profissionais o usem para atendimento (já que para pesquisa tudo é permitido)? Ou devemos divulgar outras técnicas que os psicólogos dominam mais? Comentários são bem vindos