Psicologia do Esporte: O chôro no esporte

segunda-feira, abril 04, 2011

O chôro no esporte

Domingo, 01 de fevereiro de 2009. Mais do que a vitória de Rafael Nadal no aberto da Austrália , a imagem mais marcante do dia foi o chôro de Federrer. Supõe-se que o motivo foi a perda do título e o adiamento do sonho de conquistar o 14º Grand Slam e igualar o recorde de Pete Sampras. Talvez não seja isso, mas não importa. O tema deste post é o chôro no esporte.

Quando o chôro vem com vitória, não é de preocupar. O problema vem quando ele chega com uma derrota, um erro, um sentimento de impotência. O esporte é especialista em produzir tais sentimentos, e com altíssima frequência (já sem trema).

O atleta chora porque perde, porque não conseguiu completar uma prova, ou executar um movimento; porque deu bobeira e o adversário aproveitou, porque teve a chance de ganhar e na hora "h", entregou o ouro, morreu na praia .

A impotência provoca um sentimento primitivo (Presídio, 2003), uma frustração, uma dor, que pede para sair do peito através das lágrimas . Atinge a todos, não pense que você, leitor, está livre desse sentimento. Pode se voltar contra o árbitro, o adversário, o técnico ou o pobre do goleiro, com ou sem motivos; gerar violência, agressividade, mas se tudo correr como o previsto, a responsabilidade cairá apenas sobre o atleta.

Se o esporte for individual, não há desculpa. Que o diga Roger Federrer, Guillermo Coria, Gastón Gaudio, Jade, Diego Hipólito, Cézar Cielo, Felipe Massa. E (alguns d)eles ainda se preocupam em se desculpar, desnecessariamente, "eu estava nervoso", "nem sempre eu choro", "foram só algumas lágrimas"...

Há muito tempo eu queria comentar este tema, pois muitos pais me procuram, preocupados, com a reação dos filhos, que choram no treino ou na competição. O chôro não é de todo ruim, significa que o atleta está se esforçando. Muitos garotos se envergonham de chorar na frente de outras pessoas e criam um mecanismo de defesa, passam a não dar muita importância aos resultados, para não se frustrarem. É o famoso "se der, deu". Este é o primeiro passo para a deisistência. Os que não suportam a derrota podem abandonar o esporte ou escolher outra modalidade.