Psicologia do Esporte: Mau perdedor

sábado, março 31, 2007

Mau perdedor

Li essa notícia no "Tenis Brasil":
Conhecido por seus depoimentos polidos e geralmente pertinentes, o croata Ivan Ljubicic desta vez exagerou. Ainda transtornado pela derrota desta sexta-feira, na semifinal do Masters Series de Miami, o sétimo do mundo não mediu as palavras ao comentar sobre a situação de seu algoz, o argentino Guillermo Cañas, pego duas vezes no exame antidoping no passado. "Dar convites a alguém que já esteve suspenso por doping é como dar uma arma a uma pessoa que acaba de sair da prisão", disse Ljubicic, cometendo ao mesmo tempo uma gafe, já que Cañas teve seu pedido de convite em Miami rejeitado pela organização. O tenista teve de passar pelo qualifying.
As palavras de Ljubicic já seriam fortes demais em uma situação normal. Ditas depois de ter perdido para o adversário que critica, então, nem se fala. Repito: nem se fala. Depreciar o oponente depois de uma derrota é o mesmo que depreciar a si mesmo. No caso de Ljubicic, talvez ele quisesse dizer "ele pode estar dopado de novo", afinal, o argentino venceu o imbatível Roger Federrer DUAS VEZES! Em duas semanas! Coisa que ninguém na história havia conseguido. O resultado de uma crítica pode não ser o esperado. Nesse caso ninguém dá importância ao comentário, que é logo chamado de "choradeira de perdedor" e o jogador fica batizado de "chorão". Alerto, porém, a técnicos e psicólogos do esporte que tampouco se deve usar a expressão "saber perder". Essas duas palavras, quando vêm juntas, ganham um significado que os seguidores da neurolinguistica e da psicanálise conhecem muito bem. Quem sabe perder, perde sempre. O atleta deve saber ganhar!