Psicologia do Esporte: A Raiva no Esporte

sexta-feira, julho 01, 2016

A Raiva no Esporte



A raiva é uma das emoções mais frequentes no ambiente esportivo. Muitas vezes vem da frustração, de não conseguir alcançar o objetivo proposto, por isso nunca é um sentimento desejável. Contraditoriamente, em algumas situações e em algumas modalidades esportivas, a raiva pode melhorar o desempenho:

:: o golpe sai mais forte (no tênis, golfe e nas lutas),
:: a corrida é mais rápida (atletismo, ciclismo ou até mesmo na natação),
:: tira-se força de onde não se (achava que) tinha (no final da prova, quando o cansaço já tomou conta de tudo).

Esses poucos momentos de sucesso podem levar à falsa crença de que a raiva é um sentimento desejável para alcançar o bom desempenho. Quem não se lembra de algumas figuras legendárias que sempre criavam uma confusão quando estavam perdendo? John McEnroe é um bom exemplo: arrumava uma confusão na quadra e a partir dai dava tudo certo pra ele.

O que acontecia, na verdade, era que ele desconcentrava o adversário, os árbitros e assim ia galgando pontos até chegar à vitória. Nem todo mundo funciona assim, a grande maioria das pessoas se desconcentra com atitudes agressivas e a partir dai não conseguem mais medir a força necessária para consinuar na competição. Por isso é tão comum haver expulsões em jogos decisivos, sempre do lado de quem está perdendo, de quem está com raiva.




É um jogo psicológico no qual não podemos entrar, pois a raiva costuma atrapalhar mais do que ajudar. Dominados por ela, além de exagerar na força, os atletas tomam decisões equivocadas, discutem com os companheiros, não conseguem lembrar de todas as opções que possuem para alcançar a vitória e, geralmente, acabam derrotados. Por acelerar os batimentos cardíacos, a raiva toma uma quantidade de energia precisosa, que deve ser usada somente para alcançar o objetivo.



Sendo assim, a raiva nunca deve ser provocada, a fim de se alcançar um rendimento melhor. Se ocorrer espontanemanete, deve-se controlá-la, voltar ao foco, respirando, desacelerando os batimentos cardíacos, perdoando e compreendendo a causa desse sentimento. Quem conseguiu fazer isso muito bem foi o argentino Gaston Gaudio na final de Roland Garros 2005: ele aproveitou o aplauso do público para se descontrair e virar um jogo que parecia perdido.