Psicologia do Esporte: Copa do Mundo 2006

domingo, julho 02, 2006

Copa do Mundo 2006

Dizem os webmasters que não se deve divulgar um site ainda em construção, por isso peço desculpas aos visitantes, mas não posso deixar de comentar o maior acontecimento esportivo do ano. A copa acabou ontem para o Brasil. Raciocinando friamente, é impossível ganhar todas. Convencer os brasileiros disso, é outra estória. Quando se perde dessa maneira, procurar explicações é o comportamento mais esperado, afinal, é preciso corrigir as falhas para não ser surpreendido por elas na próxima oportunidade. Querer encontrar culpados, porém, é covardia. Ninguém merece a culpa por tão grande perda. Evitemos falar em tragédia. Desde 1982 estamos vacinados contra isso. É muito bom ganhar uma Copa do Mundo, mas é melhor viver com saúde, emprego e qualidade de vida. Enquanto esperamos os próximos quatro anos, é com isso que devemos nos preocupar. Felizmente os jogadores já resolveram esse problema, nós ainda não. O Brasil não jogou o que poderia e isso é o que mais incomoda o torcedor. Quem trabalha com esporte, porém sabe que tal fato, às vezes, acontece. Nem sempre o melhor vence. Enfrentar a França depois de uma final perdida por "un, deux, trois, zero" não é fácil. Seria preciso o mesmo gol tranquilizador do jogo contra Gana: aos cinco minutos, além de uma postura agressiva, buscando o ataque do começo ao fim (é prudente explicar o que quero dizer por "postura agressiva"). Por alguma razão, isso não foi feito. Dessa vez a a preparação psicológica não foi ignorada, contudo este é um trabalho difícil de realizar. A pressão sofrida por uma equipe que tem os melhores jogadores do mundo é muito grande e o valor dos contratos, milionário. No caso específico do futebol, o caso é ainda mais grave porque não temos um profissional presente para observar, por ele mesmo, tudo o que se passa e as necessidades do grupo e de cada atleta. Mesmo que estivesse lá, o psicólogo talvez não tivesse a liberdade de interferir no que julgasse necessário. Alterar os costumes do futebol é algo complicadíssimo, pois eles permanecem desde a Copa de 1958, alguns porque são eficazes, outros, por supertição. Em síntese, a seleção brasileira tem alguns passos a seguir antes de lograr uma preparação psicológica ideal: ter um profissional acompanhando a equipe durante a competição, desde as eliminatórias. Uma vez feito isso, dar condições de trabalho para que ele possa fazer o que precisar ser feito. Parece simples, mas inovar neste ramo assusta. Em time que ganha, não se mexe. Talvez essa derrota permita alguma modificação.