Psicologia do Esporte: A mídia e o esporte

domingo, julho 01, 2007

A mídia e o esporte

Tive a oportunidade de assistir algumas transmissões esportivas pela TV espanhola. Vi partidas de tênis de Rafael Nadal, jogos do Barcelona e do Real Madrid, entre outras equipes, corridas de F-1. Os narradores são bem mais bairristas que os brasileiros. Agora mesmo lamentam a má sorte de Fernando Alonso, pelos seus problemas no carro, de freio, de câmbio, da entrada do Safety Car no momento errado. Analisando bem, a sorte do Alonso nem está tão ruim. Basta comparar com a do Raikkonen que só agora consegiu uma vitória. Os problemas que teve Massa também não são lembrados pelos espanhóis. Apenas Alonso tem má sorte, coitado. Postura bem diferente tem a mídia brasileira. Quem não lembra das críticas sofridas pelo Barrichello por causa da sua falta de sorte? Nem de longe a mídia se compadeceu. Enquanto os narradores espanhóis choram junto com o Alonso, os brasileiros já descem a madeira: "Massa vacila, e Raikkonen leva", diz o site da Globo. Nos jogos de tênis, o jogador espanhól que ganha é "o bom". Quando começa a perder, "ele deve estar cansado, são tantos jogos, coitado". No futebol, se o narrador é de um time, ele NÃO grita o GOL do outro. E sempre têm uma desculpa para a derrota. Com essa atitude acolhedora, conformista, passiva, eles se perguntam por que não ganham uma Copa do Mundo. É certo que a Espanha vai bem em muitos esportes, muito melhor do que o Brasil. Seguramente porque seus atletas vencedores conseguiram fugir à regra de uma cultura pouco batalhadora e conformada com a "sorte". É o típico caso de quem tem a faca e o queijo na mão e não valoriza, enquanto muitos precisam batalhar muito para conseguir cada vitória, com os jornalistas marcando em cima.