Psicologia do Esporte: Com a torcida contra

sexta-feira, agosto 10, 2007

Com a torcida contra

Todos vimos nos jogos Pan Americanos como a torcida brasileira se comportou. Muito mal para o mundo esportivo, além de ir de encontro com a onda do Fair Play. Infelizmente tal comportamento não ocorre somente no Rio de Janeiro. Ontem, no Master Series de tênis em Montreal, no Canadá, aconteceu o mesmo durante a partida do jogador da casa, Frank Dancevic, contra o espanhol Fernando Verdasco. Nesse tipo de situação, como os atletas devem se comportar?

Seguramente não como fez o Verdasco ontem. Ele demonstrou irritação, fez gestos, e provocou a torcida de volta. Isso só serve como reforço positivo, para aumentar ainda mais a freqüência do comportamento que se quer evitar. O resultado, não poderia ser outro: ganhou o canadense.

O tênis é um esporte que exige muita concentração. Distrair-se com a torcida, especialmente com emoções negativas, geralmente leva à derrota.

Hoje outro espanhol enfrentará o canadense, mas dessa vez será o Rafael Nadal. Apesar da pouca idade, é um jogador experiente. Acho difícil que o Nadal use outra estratégia que não a de ignorar o público.

Não é possível silenciar uma torcida, seja no Brasil ou em outro país. Também não é possível treinar com torcida contra (embora eu saiba que muitos colegas tentam, eu não acredito que se possa simular algo assim). Prefiro, nesses casos, orientar o atleta a "ensimesmar-se" e demonstrar indiferença ao público.

Fazer um gol e pedir para a torcida se calar é levar o problema para apróxima partida, também não recomendo. O sucesso do atleta é castigo suficiente para um público mal comportado.