Psicologia do Esporte: O Fantasma do Doping

terça-feira, setembro 25, 2007

O Fantasma do Doping

Bem que eu desconfiei. Achei muito estranho o Brasil, com uma dupla entre as melhores do mundo, aparecer na Copa Davis com o Guga improvisado. E ninguém explicava direito o que tinha acontecido. Para tornar o episódio ainda mais estranho, o Brasil quase que não ofereceu resistência contra a Áustria. Perdeu feio, sem chances, sem luta, sem nada que uma Davis tem. Tudo bem, já não temos tenistas campeões de Grand Slam, mas o resultado estava mesmo muito apagado. Tai a resposta: pegaram o Marcelo Melo no doping.

Com uma notícia dessas, como se pode jogar bem? E nem venha dar uma de Lula e dizer que os jogadores não sabiam. Fico com Lacan: o inconsciente circula!

Não me preocupo com o atleta que faz uso consciente de doping. Se pegarem ele, todo castigo será pouco. O problema é aquele que usa sem saber e é crucificado da mesma maneira. Se for argentino ou brasileiro, a punição costuma ser exemplar. Quem tiver dúvidas veja o que aconteceu com Guillermo Coria, Juan Ignácio Chela, Guillermo Cañas e Mariano Puerta... O Marcelo Melo deve ficar contente por ter pegado "apenas" 2 meses.

Concordo que é preciso criar uma cartilha para informar aos atletas o que pode e o que não pode usar. A resistência fica por conta da propaganda gratuita de alguns medicamentos, enquanto outros terão publicidade negativa: "não tomem X para dor de cabeça, mas Y". "A atleta que quiser queimar gordura e se librar da celulite deve tomar A e o creme para depilar deve ser B" . Talvez assim os laboratórios se interessem por criar medicamentos "livres de doping".

Infelizmente o lado econômico fala mais alto e esse tipo de informação encontrará resistência para ser divulgado. Ninguém vai querer dizer que um remédio popular não deve ser mais consumido pelos esportistas. Vamos ver onde essa estória vaid dar.