Psicologia do Esporte: O Caso Adriano

sexta-feira, abril 24, 2009

O Caso Adriano

Estou acompanhando de longe o desenrolar do caso Adriano. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo e devemos respeitar a privacidade das pessoas, mas o que eu gostaria de dizer é o seguinte:

Quando estamos no Brasil, preocupados em sobreviver e em pagar as contas, o nosso mundo se resume ao dinheiro. A nossa vida é guiada pelo objetivo maior de saldar as dívidas. E quando pensamos que vamos conseguir, veem as surpresas: o carro quebra, alguém na família precisa de um tratamento dentário, ou a gente tem que fazer um curso caro para manter o emprego. Que bom quando temos emprego!

Apenas quando uns poucos brasileiros têm a oportunidade quase divina de solucionar seus problemas econômicos, pelo menos temporariamente, é que percebem que a famosa frase "dinheiro não traz felicidade" é verdadeira.

Tal frase já foi até modificada: "dinheiro não traz felicidade, mas ajuda muito". Outra boa é "não há tesão que resista à falta de dinheiro". Essa é usada para quando o casamento acaba porque um dos conjuges ficou pobre e o outro o largou.

Até as nossas relações pessoais são guiadas pela verdinha. Aproximar-se de quem tem dinheiro com o objetivo de "tirar uma lasquinha" é uma das coisas mais irritantes para mim. Outro ponto difícil é saber quais os amigos que continuarão ao nosso lado quando a grana ficar curta.

Seja o que for que esteja acontecendo com o Imperador, claro está que não se pode solucionar apenas com dinheiro. No momento em que decide ficar "um tempo" na sua comunidade, é evidente que o que lhe falta não pode ser encontrado na rica Europa.

As necessidades humanas são muito complexas e o dinheiro é apenas uma delas. Não é mais nem menos importante do que as outras. É muito bom ganhar 5 copas do mundo, mas a vida da grande maioria dos brasileiros continua a mesma no dia seguinte.

Por tudo isso, no final do ano, devemos continuar desejando aos nosso amigos Saúde, Paz, Amor e Prosperidade. Observem que a prosperidade aparece, mas não está sozinha.

O mais triste é saber que só vai concordar comigo a minoria que já viveu alguma experiência parecida.