Psicologia do Esporte: Quanto mais se sabe, melhor

domingo, janeiro 06, 2008

Quanto mais se sabe, melhor

No seu livro "Transformando suor em ouro", o Bernardinho diz na página 64:

"Sempre soube que não é preciso ter sido um grande jogador para se tornar um bom treinador. Ter jogado ajuda. Você já sabe de muita coisa que quem nunca jogou leva tempo para descobrir e compreender. Mas será que a experiência bastaria para me tornar um bom treinador? É evidente que não. Tive certeza disso assim que conecei a trabalhar no Perugia"

Peguei este trecho para exemplificar o que eu escrevi a respeito da minha experiência como atleta, que me ajuda muito na minha atuação como psicóloga no esporte. Concordo que não é suficiente, mas uma parte importante do conhecimento que preciso.

Esta frase foi questionada por uma leitora do site, Christiane, quando afirmou que toda prática tem uma fundamentação teórica.

Não sei se todos os atletas pensam em teorias, ou se as utilizam, ou se as criam no momento de atuar. Será que o Garrincha teorizava?

Acredito que, como muitos não têm psicólogo na equipe, aprendem a relaxar, por exemplo, do jeito que dá, como podem, e se conseguirem. No final, suas técnicas podem até parecer com o relaxamento de Jacobson, um conhecimento teórico.

Creio que esta discussão se parece muito com o que é estudado em metodologia da pesquisa, com os tipos de conhecimento: empírico, científico, filosófico e teológico.  

O que eu sugiro é que as pessoas continuem buscando aquele conhecimento que ainda não têm, seja prático ou teórico. Quanto mais se sabe, melhor. Quem diz que "não precisa saber isso ou aquilo" é político quando quer se eleger. Acredite quem quiser, eu continuarei tentando melhorar sempre, com os recursos que estiverem disponíveis