Psicologia do Esporte: Sacrifício e Recompensa

sábado, agosto 16, 2008

Sacrifício e Recompensa

Acordei pela manhã com a notícia da medalha de ouro do Cesar Cielo. Não prestei muita atenção aos horários das competições e logo me arrependi de não haver madrugado para assistir à prova. Pensando bem, teria que ficar sem dormir porque ele nadou os 50m livre, que é mais ou menos como luta de Popó: atrasou, perdeu.

A TV fez o favor de repetir intensamente para que eu me informasse, e os donos da internet permitiram que eu pudesse ver online.

Gostaria de comentar as declarações do campeão e RECORDISTA olímpico, em especial quando ele fala do sacrifício que foi para toda a família mudar-se para São Paulo e depois ir sozinho aos Estados Unidos para treinar e estudar.

Durante muito tempo me consumi achando que tinha cometido um grande erro com uma atleta que tive, de natação. Ela estava numa fase ruim e era moda treinar nos Estados Unidos. Sugeri o mesmo para sua família. Logo depois a nadadora abandonou o trabalho psicológico.

Fiz uma auto-análise e observei que talvez não tivesse sido uma boa idéia a minha sugestão. A garota era muito nova, filha única, já tinha mudado do interior para a capital. Fiquei achando que a mãe não agüentaria (não tem mais trema) ficar longe da filha e a afastou do trabalho por segurança.

As declarações do Cielo me fazem pensar que talvez o erro não tivesse sido meu. Reconheço, porém, que morar fora do país não é para qualquer um e nem para todas as famílias. Apenas para os fortes, apenas para os mais determinados, para os que acreditam que podem chegar.

Há pessoas que não fazem o sacrifício necessário para ir em busca dos seus sonhos. Talvez elas não estejam de todo erradas, é uma escolha. Nem todo mundo que vai treinar nos Estados Unidos ganha medalha de ouro ou bate recorde olímpico, embora todos melhorem.

Talvez um oitavo lugar não pague o preço de ficar longe de tudo e de todos.